25 fevereiro 2008

Rechenzentrum: proporcionalidade entre som e imagem (23 Fev 2008)

[Arquivo-TAGV]



Rechenzentrum. Senses 2.
TAGV 23.02.08. Fotos: José Balsinha.


Se é verdade que a sociedade contemporânea apresenta uma extensa diversidade de produtos audiovisuais, não é menos verdadeira a observação de que essas suas linguagens se estabelecem em diferentes níveis de resolução. É por isso que, quotidianamente, observamos e escutamos diferentes formas de relação entre som e imagem: em determinados casos, sobressai a submissão dos sons à imagem; noutros, o domínio do som é evidente.

No entanto, a maior dificuldade perceptível nas situações que se nos apresentam, prende-se com a capacidade de conseguir estabelecer um diálogo coerente entre essas expressões. É aí que reside o problema. Para o qual os Rechenzentrum apresentaram no TAGV uma boa resposta, confirmando que são um verdadeiro “centro de processamento de informação”, que depura um conceito onde se confudem música electrónica e arte contemporânea.
PDS

20 fevereiro 2008

Censura nos EUA?!

[Notícia-TAGV]

CENSURADO, de Brian De Palma
[EUA, 2007, 90’, M/16]

TAGV, 25 de Fevereiro de 2008, 21h30m

Nova Programação de Cinema no TAGV

Grande vencedor do Leão de Prata no Festival de Veneza de 2007, "Censurado" assinala o regresso ao grande ecrã do veterano Brian De Palma com um filme sobre a Guerra do Iraque.

Com a acção centrada num pequeno grupo de soldados americanos estacionados num posto de controlo no Iraque, "Censurado" explora através de múltiplos pontos de vista as pressões a que estão sujeitos os jovens militares e a forma como são afectados pelo cenário de guerra.

Com uma história ficcionada inspirada em acontecimentos verídicos, esta é uma experiência cinematográfica única que obriga os espectadores a questionarem-se sobre a forma como as notícias e o mundo lhes são diariamente mostrados.

18 fevereiro 2008

IndieFolk_TAGV (16 Fev 08)

[Arquivo-TAGV]


Magic Arm. IndieFolk_TAGV.
Fotos de Celestino Gomes [16.02.08]




Ola Podrida. IndieFolk_TAGV.
Fotos de Celestino Gomes [16.02.08]

Conversa sobre música Indie (16 Fev 08)

[Arquivo-TAGV]


Com moderação de Carla Lopes e Pedro Sousa [ao centro],
Rita Moreira [Rádio Oxigénio],João Bonifácio [Jornal Público],
Rodrigo Cardoso [Editora Borland]e Valter Hugo Mãe [escritor] à conversa sobre
Os Territórios Indie e as Suas Fronteiras.
TAGV. 16.02.2008. Fotos de Ricardo Mariano.

16 fevereiro 2008

A “Estrela Solitária” de Wim Wenders

[Notícia-TAGV]

ESTRELA SOLITÁRIA, de Wim Wenders
[França/Alemanha/EUA, 2005,122’, M/12]
TAGV, 18 de Fevereiro de 2008, 21h30m
Nova Programação de Cinema no TAGV

Outrora herói em grandes westerns, Howard Spence, ex-glória da Sétima Arte, só consegue hoje papéis secundários. Com uma vida solitária, afoga o desgosto em álcool, droga e mulheres. Até que um dia descobre que pode ter um filho cuja existência desconhecia. Essa possibilidade acende nele uma luz de esperança, pelo que parte à sua procura. Ao refazer os passos do passado, reencontra Doreen, uma mulher que amou, e Earl, o seu filho cantor, que já não precisa de um pai...

"Estrela Solitária" marca o regresso da colaboração entre Wim Wenders e o escritor e argumentista Sam Shepard, duas décadas depois de assinarem juntos um dos mais belos filmes do cinema contemporâneo: "Paris.Texas". Desta vez, Shepard assume também o papel do protagonista.

15 fevereiro 2008

Indie Folk_TAGV: Magic Arm + Ola Podrida (16.02.08)

[Notícia-TAGV]


Ola Podrida «Lost & Found»


Magic Arm «Outdoor Games»

No dia 16 de Fevereiro, o palco do Teatro Académico de Gil Vicente recebe dois projectos sob o signo da etiqueta indie. Dois nomes que, apesar de separados pela sua geografia e pelos diferentes territórios sonoros que exploram, partilham a mesma liberdade criativa e descomprometimento comercial. Tanto a folk dos Ola Podrida como a pop electrónica de Magic Arm comportam poucos recursos para além da criatividade e engenho dos seus autores. No palco não existem fugas. Subsiste a autenticidade que acompanha as suas composições desde o primeiro momento, que as resgatou de um quarto, no qual sobreviveram ao longo de meses, num registo confessional e despojado. No palco existe o erro.

"Dois Países, Uma Voz" (14 Fev 08)

[Arquivo-TAGV]

Miro Casabella. “Dois Países, Uma Voz”.
TAGV [14.02.08]. Foto: Celestino Gomes.

Leo i Arremecaghona!!! “Dois Países, Uma Voz”.
TAGV [14.02.08]. Foto: Celestino Gomes


JP Simões. “Dois Países, Uma Voz”.
TAGV [14.02.08]. Foto: Celestino Gomes

José Mário Branco. “Dois Países, Uma Voz”.
TAGV [14.02.08]. Foto: Celestino Gomes

Os músicos Miro Casabella, José Mário Branco, JP Simões e Leo
e membros da Plataforma Coimbra/Galiza. “Dois Países, Uma Voz”.
TAGV [14.02.08]. Fotos: Celestino Gomes

“Chovem amores na rua do matador” (12 Fev 2008)

[Arquivo-TAGV]






Chovem amores na rua do matador, produção Trigo Limpo/Teatro ACERT.
TAGV [12.02.2008]. Fotos: Celestino Gomes.

14 fevereiro 2008

Conversa com Mia Couto a propósito de “Chovem amores na rua do matador” (12 Fev 2008)

[Arquivo-TAGV]




Conversa com Mia Couto, Pompeu José, José Rosa e Sandra Santos
a propósito da peça Chovem amores na rua do matador, produção Trigo Limpo/Teatro ACERT.
TAGV [12.02.2008]. Fotos: José Balsinha.

13 fevereiro 2008

A ingenuidade da infância em “Chovem amores na rua do matador”

[Arquivo-TAGV]

Chovem amores na rua do matador. Produção Trigo Limpo/ACERT.
TAGV [12.02.08]. Foto: José Balsinha.

No espectáculo “Chovem amores na rua do matador”, José Rosa e Sandra Santos interpretam uma história escrita a quatro mãos – José Eduardo Agualusa e Mia Couto – temperada pela cumplicidade de dois amigos que sabem que «os sonhos são mapas que nos ajudam a orientar na vida. Aqueles que não sabem ler os sonhos, esses, sim, estão perdidos».

Encenado por Pompeu José, trata-se de um espectáculo do Trigo Limpo/Teatro ACERT marcado pelo primeiro momento de escrita teatral conjunta de dois grandes nomes da literatura em língua portuguesa.

Alexandra Lucas Coelho sobre «Os Livros Ardem Mal» (11 Fev 2008)

[Recorte-TAGV]

Manuel António Pina.
Os Livros Ardem Mal, com Pina, ponto e vírgula
Um professor de karaté ajuda a ler Pessoa? No caso de Manuel António Pina, sim. Novidades literárias e um convidado, em Coimbra e na Net

Já era uma sessão mensal em Coimbra. Agora passa a ser também um blogue. E, portanto, o convidado de Fevereiro de Os Livros Ardem Mal foi (anteontem) mas ainda é (em http://olamtagv.wordpress.com/) Manuel António Pina, jornalista, ficcionista e poeta.

Segunda-feira, no Teatro Académico Gil Vicente (TAGV), Pina fez jus à sua inclinação para o ponto e vírgula tirando uma história de outra - como aquela vez em que o tipógrafo trocou "gostos não se discutem" por "gozos não se discutem" e, num contexto carnal, ficou muito melhor; ou a fase em que Pina pedia títulos a amigos e depois escrevia histórias para os títulos; ou quando o seu professor de karaté disse "contra a força, souplesse" e Pina aplicou isso ao duelo com Pessoa; ou o dia em que Agustina escreveu um texto simpático sobre Pina no Diário de Notícias e ele teve de telefonar para a tipografia a substituir o verso "e agora lês agustinas" por "e agora lês saramagos"; ou todos os Oliveira de Figueira que Pina encontrou pelo mundo, de Oslo a Nagasáqui.

Com Pina, como nos seus títulos, nunca é o fim nem o princípio, apenas um pouco tarde, e ainda assim talvez. Certa, só a morte, o outro extremo do amor, e entre nós e ela está o riso. Ris-te porque tens medo, citou Pina, de Bataille, como citou Borges, Pound, Elliot. Mais disse que "a memória é uma forma de sonho" e "escrever não é penoso, mas uma forma de libertação". De resto, ainda não estamos preparados para compreender a mecânica quântica e Pina já só lê jornais na Net, além de 20 ou 30 blogues por dia. "É na Net que se escreve melhor português, hoje."

Do regicídio ao 27 de Maio
Nesta 5ª sessão de Os Livros Ardem Mal, a pequena plateia de meia centena de lugares - no foyer do TAGV, co-organizador, com o Centro de Literatura Portuguesa, localizado na Faculdade de Letras - transbordava para as escadas. Dado que Pina, noctívago radical, chegou um pouco tarde, os animadores - Osvaldo Manuel Silvestre, António Apolinário Lourenço, Rui Bebiano e Luís Quintais, professores em Coimbra - começaram pelas novidades.

Apolinário Lourenço levou a Fotobiografia de Eça de Queirós feita por Campos de Matos (que deixa "completamente terminada" a polémica da mãe, levantada por Hermano Saraiva), Lisboa Revolucionária, de Fernando Rosas, e o livrinho Os Portugueses, de Fernando Pessoa ("O autor é bom, posso assegurar").

Osvaldo Silvestre falou de Purga em Angola, de Dalila Cabrita Mateus e Álvaro Mateus, sobre o sangrento 27 de Maio de 1977, "um livro estranho, frequentemente mal escrito, com preconceitos ideológicos, mas importante" - por cerca de 30 mil pessoas terem sido mortas; pela atitude de Agostinho Neto; por "Pepetela, Mário Rui e Luandino Vieira, dois futuros prémios Camões, terem colaborado nos interrogatórios". Recomendou ainda A Infância Emancipada de Fourier, o último livro de Adília Lopes ("Demasiado fácil de ler e demasiado difícil de perceber"), O Burro de Ouro, de Apuleio, e Vidro do Mesmo Vidro, de Rosa Maria Martelo, em torno da poesia portuguesa pós-61, "um livro fundamental", mesmo "suscitando discordância", que dá "uma outra versão do moderno mais inspirada em Baudelaire que em Mallarmé".

Luís Quintais propôs a biografia de Leni Riefensthal de Steven Bach (a história como pesadelo de que não nos libertámos: "Grande parte da sua vida é a desnazificar o passado, tarefa inglória"), e a "tradução magnífica" de Orlando Furioso de Ariosto.

Rui Bebiano cruzou dois livros sobre o regicídio, um "fraco", A República Nunca Existiu, um forte, O Regicídio, de Maria Alice Samara e Rui Tavares. Referiu o volume de Felícia Cabrita sobre massacres na guerra colonial ("Certo facilitismo que levará a vender") e elogiou A Morte de Portugal, de Miguel Real, em que se estabelece "o português como lobo do português".

Pina, que chegou a tempo de ouvir quase tudo, destacou o livro sobre o 27 de Maio, "inquietante e perturbador", e disse, quanto a Luandino Vieira, há anos retirado junto a Cerveira: "Interrogo-me se esta reclusão não tem a ver com um purgatório."

O próximo convidado é Ricardo Araújo Pereira.

Alexandra Lucas Coelho, Público, 13 de Fevereiro de 2008, «Caderno P2», p. 11.

12 fevereiro 2008

Manuel António Pina n' Os Livros Ardem Mal (11 Fev 2008)

[Arquivo-TAGV]



Manuel António Pina. Os Livros Ardem Mal. TAGV [11.02.08]
Fotos: A CABRA/Ângela Monteiro

No âmbito da iniciativa mensal Os Livros Ardem Mal, o jornalista, poeta, cronista e ficcionista Manuel António Pina esteve presente no TAGV, para a sua quinta sessão. O público presente teve assim oportunidade de contactar com este autor, responsável por algumas das mais inventivas obras para crianças na literatura portuguesa contemporânea, caracterizadas pela subversão narrativa e por um jogo livre de associações fonéticas e semânticas.

11 fevereiro 2008

Wraygunn e Sean Riley & The Slowriders no TAGV (07 Fev 2008)

[Recorte-TAGV]





Sean Riley & The Slowriders e Wraygunn no TAGV, 7 Fevereiro 2008. Fotos de Fábio Teixeira, extraídas da foto-reportagem publicada no jornal universitário em linha A Cabra.Net.

“Começar a Acabar”: Beckett por João Lagarto (09 Fev 2008)

[Arquivo-TAGV]



Ensaios de “Começar a Acabar”.
Tradução, encenação e interpretação de João Lagarto,
produção de Pedro Aparício ACE/Teatro do Bolhão.
TAGV 09.02.08. Fotos: Celestino Gomes.


Começar a Acabar, do dramaturgo Samuel Beckett é uma revisão de alguns dos seus textos mais emblemáticos, montados num monólogo de uma espantosa unidade dramática sobre a morte, ou melhor: sobre o fim. Em formato de monólogo, o espectador assiste à prestação de um homem que se dirige directamente ao público para contar a sua história. A primeira frase que profere dá, desde logo, o tom do discurso: “Em breve estarei morto finalmente apesar de tudo”.

Visita ao Teatro Esther de Carvalho (26 Jan 2008)

[Arquivo-TAGV]




Visita guiada ao Teatro Esther de Carvalho pelo arquitecto José António
Bandeirinha, no âmbito de TEATRO E ARQUITECTURA,
ciclo de exposições, conferências e visitas à obra:
Parte I - Projecto de recuperação e restauro do edifício do
Teatro Esther de Carvalho.
Fotos: Carlos Antunes e Susana Lobo [26. 01.2007].

08 fevereiro 2008

Wraygunn e Sean Riley & The Slowriders (07 FEV 2008)

[Arquivo-TAGV]


Wraygunn. Tournée de apresentação do álbum «Shangri-la».
TAGV. 07.02.2008. Fotos: Celestino Gomes.


Sean Riley & The Slowriders.
Iª parte do concerto dos Wraygunn
na apresentação do álbum «Shangri-la».
TAGV. 07.02.2008. Foto: Celestino Gomes

06 fevereiro 2008

Cinema-directo: Zidane, Um Retrato Do Séc. XXI

[Notícia-TAGV]

ZIDANE, UM RETRATO DO SÉC. XXI,
de
Douglas Gordon e Philippe Parreno
[França, Documentário, 2006, 90’, M/12 anos]
TAGV, 11 de Fevereiro de 2008, 21h30m
Nova Programação de Cinema no TAGV

Dois artistas, vindos de outras áreas, instalam 17 câmaras de filmar num estádio de futebol. A coordenar as filmagens está um dos maiores directores de fotografia de cinema, Darius Khondji. Durante uma hora e meia, essas 17 câmaras filmam um jogo de futebol. Mas filmam de uma forma que nunca tinha sido pensada antes: filmam apenas um jogador. Zinedine Zidane, um dos maiores e melhores jogadores de futebol de todos os tempos, é o único motivo de interesse dessas 17 câmaras.

Observado de todos os pontos de vista, nos mais ínfimos pormenores e detalhes, vemos a forma como o jogador se mexe, fala, movimenta e exprime durante um jogo de futebol. E o resultado é algo nunca antes visto, algo que já não é futebol como estamos habituados a vê-lo filmado pela televisão, mas que também não é o que esperamos de um filme, nem o que vemos numa exposição de arte contemporânea. Algo que tem um pouco de tudo isso, mas que deixa o seu espectador absolutamente desconcertado: à beira de algo que nunca viu e que nunca se repetirá.

01 fevereiro 2008

Fevereiro 2008

[Arquivo-TAGV]

Agenda mensal TAGV, nova série. Design de Joana Monteiro.

Um ano, um mês, uma semana, um dia, uma hora. Uma manhã, uma tarde, uma noite. Continuamos a tentar padronizar os tempos do TAGV: os tempos de montagem e os tempos de espectáculo, os tempos de administração e os tempos de produção, os tempos de cinema e os tempos de música, os tempos de teatro e os tempos de dança, os tempos de exposição e os tempos de debate, os tempos de criança e os tempos de adulto, os tempos de criação e os tempos de educação, os tempos de programação e os tempos de divulgação, os tempos de artista e os tempos de público, os tempos de despesa e os tempos de receita, os tempos de trabalho e os tempos de descanso. Os ciclos permitem introduzir padrões no fluxo inexorável do tempo. Permitem abrandá-lo e acelerá-lo. Dilui-lo e intensificá-lo. Vê-lo passar de futuro a presente e de presente a passado. O ritmo circadiano do Teatro é criado pela recorrência destes encontros com as formas simbólicas e sensoriais do espectáculo e da comunicação. Em Fevereiro, são estes os encontros marcados. Com o teatro: «Começar a Acabar», de Samuel Beckett, pelo Teatro do Bolhão, com encenação e interpretação de João Lagarto; e «Chovem Amores na Rua do Matador», de Mia Couto e José Eduardo Agualusa, pelo Trigo Limpo-Teatro ACERT. Com a música: Sean Riley & the Slowriders e Wraygunn; os cantautores José Mário Branco, J.P. Simões, Leo e Miro Casabella; a noite «Indie Folk TAGV», com Magic Arm e Ola Podrida; o ciclo «A Cor do Som», com Manuela Moniz e João Vasco, e com a Orquestra do Conservatório de Música de Coimbra; o ciclo «Intervalo TAGV»; e o ciclo «Senses 2», com o duo Rechenzentrum. Com o cinema: quatro estreias no ciclo «Segundas TAGV» e mais documentários do ciclo «DOC TAGV/FEUC». Com a literatura e os livros: Manuel António Pina e «Os Livros Ardem Mal». Com a cenografia: Manuel Aires Mateus e o novo ciclo «Teatro e Cenografia». O segredo do padrão parece ser este: repetir tornando periódico, e, ao mesmo tempo, tornar essa repetição singular. Isso, sim, valeria realmente a pena: conseguir realizar esse paradoxo.
MP